10 dicas para quem deseja comprar uma franquia.

1 de fevereiro de 2015 Off Por Acimaq

Não é de hoje que as franquias se mostram uma opção de negócio para empreendedores de primeira viagem, ou para aqueles que possuem uma margem de recursos limitada e não desejam arriscar. Afinal, tratam-se de negócios formatados, com uma fórmula já testada em outras unidades e regiões e o desempenho parece atrativo.

Para se ter uma ideia, o segmento de franquias fechou o primeiro trimestre de 2015 com crescimento de 9,2%, se comparado com igual período do ano passado. Descontada a inflação acumulada nos três primeiros meses do ano, que ficou em 3,5%, o desempenho real das redes que atuam no segmento de franchising registrou alta de 5,7%.

Porém, assim como para todo investimento, é preciso avaliar as possibilidades que envolvem abrir uma franquia antes de depositar as economias nela. Por isso, o Estadão PME elenca a seguir alguns elementos a levar em consideração no momento de abrir uma franquia. Confira.

1. Escolha entre ser gestor e empreendedor
O empresário pode ter dinheiro no bolso e horas debruçadas sobre livros de gestão. No entanto, sem uma análise profunda sobre seu perfil profissional, o futuro da empreitada pelo franchising é incerta. “Um franqueado não precisa, necessariamente, ser um empreendedor nato. Ao contrário, é melhor que ele tenha um perfil gerencial. Empreendedores tendem a se sentir amarrados pela estrutura da franquia, onde todas as mudanças devem ser submetidas à aprovação do franqueado máster”, afirma André Friedhein, sócio-diretor da consultoria Francap.

2. Antes de investir, faça uma reserva
Quando se avalia um ou outro investimento no mercado de franchising, é de praxe levantar entre as opções estudadas o investimento inicial necessário para cada negócio. Feito isso, o empresário vai saber quanto o empreendimento requer de taxa de franquia, royalties, participação de propagada e capital de giro. No entanto, é recomendável, além das exigências contratuais, reservar uma poupança para a saúde do negócio de, pelo menos, 50% do capital investido.

3. Avalie o ponto comercial
Quando a franquia envolve comércio e serviço, uma localização geográfica ruim é um dos principais fatores de insucesso em muitos empreendimentos. Assim, é fundamental contar com estudos que mensurem a adequação do público ao produto da empresa, ou levantar a demanda do local para determinado negócio.

4. Considere tendências regionais
A diretora-geral do Grupo Bittencourt, especializado em consultoria sobre franquias, Claudia Bittencourt chama a atenção dos investidores para questões sobre regiões de atuação e planos de expansão. Na sua visão, o empreendedor deve estudar bem as regiões onde pretende atuar para ter um bom espaço de mercado, já que vai contratar uma franquia que tem muitas unidades. “Ele deve escolher bem a cidade onde vai trabalhar em função das outras unidades. As empresas têm um plano de regionalização, mas o franqueado têm que ter a visão total da área onde estará”, finaliza.

5. Converse com, ao menos, três franqueados
O segmento de atuação soa interessante, a estrutura da franqueadora parece ideal, o investimento inicial necessário cabe em seu bolso. Tudo parece perfeito para assinar o contrato e começar a parceiro. No entanto, todo cuidado é pouco. Antes de concluir a transação, saia a campo e busque por outros franqueados da mesma empresa.

Investigue o suporte da franqueadora para com os parceiros, certifique-se de que o sistema de distribuição é eficaz, que o diálogo é franco. Enfim, que o prometido é mesmo aquilo que, depois, se entrega.

6. Analise o contrato com cuidado
O contrato de franquia é um típico contrato de adesão. Isso quer dizer que, no papel assinado e reconhecido firma, estão estabelecidas as regras e deveres de ambas as partes envolvidas – o franqueado e o franqueador. Portanto, leia tudo com muito cuidado. Uma vez assinado, o vínculo estabelecido acarreta em ônus por parte de quem decidir rompê-los.

7. Não importa o tamanho
Além do tradicional ponto comercial, as franquias podem ter formatos variados, como os compactos e os home based, e o investimento necessário também varia quando trata-se de modelos mais econômicos. Para quem pretende investir nesses formatos, o sócio da consultoria Francap, André Friedheim, alerta que não é porque o investimento é menor que o cuidado na escolha deve seguir o mesmo caminho. “Dinheiro não aceita desaforo. Não é essa a cabeça que o empreendedor tem que ter”, alerta.

8. Observe as redes famosas
“Se uma rede tem muitas unidades, principalmente se os franqueados estão há bastante tempo na franquia, é sinal de que representam uma boa oportunidade de negócios”, explica Claudia Bittencourt, diretora-geral do Grupo Bittencourt, especializado em consultoria sobre franquias.

“As redes mais consolidadas já passaram por esta fase de ajustes básicos e, por isso, possuem um nível de maturidade muito maior”, completa a consultora. “Ao investir em uma franquia com muitas unidades, o empreendedor acaba recebendo este aprendizado adquirido pela empresa”, analisa.

9. Lance mão de muita pesquisa
Antes de assinar o contrato com a rede, Antônio Sá, professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), faz um importante alerta para o interessado em franquias. Segundo ele, é preciso investir tempo para conhecer as opções à disposição no mercado. No site da Associação Brasileira de Franchising (ABF) é possível, por exemplo, fazer uma pesquisa das opções disponíveis de acordo com o investimento inicial exigido pelos franqueadores.

“Não é porque a rede deu certo que vai dar certo com você. Vai depender da gestão, dos hábitos de consumo da região, da localização da unidade. Por isso, é importante visitar as unidades e conversar com os franqueados”, orienta.

10. Cuidado com as modas
De tempos em tempos, surgem no mercado negócios aparentemente promissores, capazes de angariar multidões em filas para consumir o produto em questão. Antes de embarcar nesses sucessos estrondosos, porém, o sócio-fundador da Goakira, consultoria especializada em franquias e varejo, alerta para o que especialistas definem como barreira de entrada. “É preciso ficar atento e tentar fugir de oportunidades com baixa barreira de entrada, onde a demanda rapidamente fica maior que a oferta”, explica.

Fonte: http://onegociodovarejo.com.br/10-dicas-para-quem-deseja-comprar-uma-franquia/